Nota biográfica: José Américo de Almeida
José Américo de Almeida (1887-1980) nasceu em 10 de janeiro de 1887, no município de Areia, Parahyba do Norte. Faleceu no dia 10 de março de 1980, em João Pessoa, Paraíba.
Promotor Público de Sousa, Procurador-Geral da Paraíba (11 anos), Secretário-Geral da Paraíba, Secretário do Interior e Justiça da Paraíba, Chefe Civil da Revolução de 1930 para o Norte e Nordeste, Interventor Federal na Paraíba (1930).
Ministro da Viação e Obras Públicas (1930-1934, 1953-1954), candidato a Presidente da República (1937), Ministro do Tribunal de Contas da União (1935-1947), Senador da República (1935, 1947-1951), Presidente Nacional da UDN, Governador da Paraíba (1951-1956).
Reitor da Universidade Federal da Paraíba (1956-1957), quinto ocupante da Cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras (1966), Membro da Academia Paraibana de Letras (1965).
Obras publicadas por José Américo de Almeida:
“Reflexões de uma Cabra” (1922), “A Paraíba e seus Problemas” (1923), “A Bagaceira” (1928), “O Ministério da Viação no Governo Revolucionário” (1933), “O Ciclo Revolucionário no Ministério da Viação” (1934), “Coiteiros” (1934), “O Boqueirão” (1935), “As Secas do Nordeste” (1935), “Entrevistas e Discursos” (1945), “Ocasos de Sangue” (1954), “Discursos do seu Tempo” (1965 e 1966), “A Palavra e o Tempo” (1965), “Ad Imoratalitatem” (1968), “Eu e Eles” (1970), “Quarto Minguante” (1975), “Antes que me Esqueça” (1978).
Alguns discursos de José Américo de Almeida:
“Moços católicos: lembrai aos corações transviados que o Brasil verdadeiro, sem mescla, nosso Brasil verdadeiro, é a terra de Santa Cruz. Sob esses auspícios ele será maior do que o seu imenso território, porque crescerá para cima, se expandirá em grandeza moral até às bênçãos de Deus.” (Dr. José Américo de Almeida, "Da Independência Política à Independência Moral", 03/09/1922)
“Mas entre todos os sistemas filosóficos e entre as diversas religiões não sabemos de mais sólida justiça do que aquela que propõe Jesus de Nazaré, vítima da mais clamorosa iniquidade humana que nunca se viu! Nenhum conceito de justiça na multiplicidade dos princípios tem aquela divina simplicidade do “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.” (José Américo de Almeida, 1 de novembro de 1913)“Convocai, Nossa Senhora de Fátima, todas as forças morais que emergem do sentimento religioso para que o homem possa ser melhor, e a sociedade se purifique, e as nações se pacifiquem. Para que a humanidade não se afunde na vasa do vício e pecado e não se derrame o sangue dos inocentes.” (José Américo de Almeida, “Saudações à N. S. de Fátima”, 1953)
Alguns discursos sobre José Américo de Almeida:
"Nesse momento, em que o doutor José Américo de Almeida volta à sua terra, depois de ter servido num cargo de confiança do Governo Federal, lhe daríamos conscientes e com muita satisfação, uma medalha de ouro circundada de pedras preciosas. Porquanto, em toda sua vida privada e pública tem dado sempre provas evidentes de grande compreensão e amor do cumprimento do dever da Justiça, fundamento de toda sociedade. Sim, dar-lhe-íamos uma medalha de ouro do mais fino quilate, toda circundada das pedras das mais preciosas, pelas provas provadas do seu espírito capaz dos maiores sacrifícios pelo bem geral e pelo seu esclarecido patriotismo. Um outro motivo nos levaria ainda a oferecer ao embaixador junto à Santa Sé essa medalha, símbolo de tantos benefícios sociais e de virtudes cívicas e cristãs.
É que ele compreendeu bem, desde a sua infância, que se um homem de bem nada fez que não seja digno da sua pessoa, como é que Deus, infinitamente bom e sábio, nos poderia tirar do nada sem ser para um fim digno d’Ele? Ora, o único fim digno de Deus é a sua própria glória.
Pois bem: o segredo dos triunfos benéficos do doutor José Américo de Almeida é este ideal firmado e bem firmado na Retidão de Intenções, que é a alma de todos os nossos atos bons e meritórios diante de Deus e dos homens de consciência e boa vontade." (Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, primeiro Bispo e Arcebispo da Paraíba)
"José Américo de Almeida, que certamente não é um jovem de vinte e cinco anos, é um desses raros espíritos que ainda podem ser chamados a testemunhar o que foi, para a sua terra e a sua gente, o período que vai do início do governo de Epitácio ao início do governo de Bernardes ‒ período em que sucedeu à alegria, à fé, à segurança de todo um povo beneficiado por um gesto de patriotismo inteligente, em que sucedeu a tudo isto a amarga desilusão, a humilhação em que se vai afundando todo o Norte do Brasil, desde que já não é mais possível negar que é olhado como colônia, e colônia de incertas rendas, pelos clarividentes estadistas dos Estados imperiais da nossa grande República."(Jackson de Figueiredo)
Principais realizações de José Américo de Almeida como ministro da Viação:
Como Ministro, José Américo fez, na Paraíba, o Porto de Cabedelo, o prolongamento da Rede Viação Cearense de Sousa e Patos, uma rede de estrada de rodagem com extensão de 798 km, a perfuração de 11 poços, o serviço d’água industrial, a Comissão de Piscicultura, duas agências postais e telegráficas e 91.557 m de linhas telegráficas.
Mas não cuidou apenas da Paraíba e do Nordeste. A sua grande visão o levou a fazer uma administração revolucionária na Pasta que lhe foi confiada pelo Governo Provisório, com atuação das mais destacadas. Modernizou os serviços públicos e integrou o País pela ativação das comunicações telegráficas e rodoferroviárias. O saneamento da Baixada Fluminense que se arrastava há 10 anos teve os estudos atualizados e foram por ele executados com um administrador de sua escolha direta, após rescindir o contrato com a firma que negligenciara tão importante empreendimento. (Joacil de Brito, “José Américo de Almeida: A saga de uma vida”, pág. 149)
Algumas frases de José Américo de Almeida:
“O remorso é o narcisismo dos pessimistas”.
“A mais triste das ruínas é a esperança morta: o aborto da felicidade.”
“A tristeza do povo brasileiro é uma licença poética.”
“O mau juiz é o pior dos homens.”
Homenagem de São Pio X:
Falecimento de José Américo de Almeida:
Calmo, segurou a mão de sua dedicada secretária e preveniu-a: “ ‒ Eu vou Embora”.
Como ela chorasse, naturalmente comovida repreendeu-a: “ ‒ Não chore! Você não é forte?”
Fez-lhe uma leve carícia e mansamente exclamou: “ ‒ Está tudo terminado”. Eram seis horas da manhã. (Joacil de Brito, “José Américo de Almeida: A saga de uma vida”, pág. 591)
Felipe Matheus dos Santos Silvestre, graduando em História pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Referências bibliográficas:
Lima, Francisco. Dom Adauto Subsídios Biográficos TOMO I. Paraíba: Unipê editora, 2007
Lima, Francisco. Dom Adauto Subsídios Biográficos TOMO II. Paraíba: Unipê editora, 2007
Pereira, Joacil de Brito. José Américo de Almeida: A saga de uma vida. Brasília: Instituto Nacional do Livro; Senado Federal, 1987
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